Portugûes
Procedem os Fajardos das famílias dos Galegos. Diogo Peres Galego, cavaleiro, de Santa Marta de Ortigueira, casado com D. Estefânia Vaabom, teve Soerio Dias Galego, que, de sua mulher D. Inês Garcia de Seabra, houve a Pedro Garcia Galego, Este foi senhor de Santa Marta de Ortigueira e casado com D. Teresa Nunes Maldonado, filha de D. Nuno Peres Maldonado e de sua mulher D. Alda Fernandes Turrichão, ou de sua segunda mulher D. Mor Peres Redondo, como querem outros, pai de João Peres Galego, que morreu no ano de 1268 em uma batalha, e de sua mulher D. Maria Tenório, filha de Mem Peres Tenório, houve Pedro Anes Galego, senhor de Santa Marta de Ortigueira, o primeiro que se chamou F., marido de D. Isabel Mexia, de quem ficou descendência, que seguiu o apelido de F.. Dizem que a alcunha de F., imposta a Pedro Anes, significa cerro forte - faxchar - na língua dos Árabes, aos quais a devia. Parece que os Fajardos passaram a Portogal por mais de uma vez. O Dr. Fernando Afonso F., filho de Afonso de Salazar F. e de D. Contança da Silva, neto de Afonso F., senhor de Lorca e intitulado Rei de Múrcia, nasceu em Castela e veio para Portugal quando aqui reinava D. Afonso V, dizendo-se grande senhor. Viveu na vila de Penela, onde foi médico, profissão que aprendera por divertimento, mas que teve de usar por necessidade, pois um crime que praticara o obrigou a refugiar-se em Portugal, na referida vila, onde se casou com Isabel de Góis, filha de João Lopes e de Isabel de Góis.