Portugûes
Família que viveu em Elvas no século XV, mas talvez seja de origem espanhola. Encotra-se o seu apelido escrito por duas formas: Gante e G., parecendo que a primeira será a mais correcta e que, na segunda, o u teria apenas a função de mostrar que o G. não se deve ler com J, porquanto àquela consoante davam os antigos comummente o valor desta. A palavra, não veio, talvez, directamente do persa, como parece pretenderem certos etimologistas, mas do francês gant. É possível, mesmo, que haja influência da palavra escrita sobre a oral e que, por isso, se chame hoje à luva de ferro da armadura dos guerreiros guante em vez de gante. Vasco Peres G., morador em Elvas, escudeiro e vassalo de D. João I, andou com o Infante D. Pedro, nas suas viagens, acompanhando-o na Hungria e noutras províncias, tanto na guerra como na paz, e nesses lugares o serviu "como escudeiro e homem de boa criaçom" e esteve com ele nas guerras e conquistas do Imperador Sigismondo, feitas aos Tucos na Valáquia e na Rússia. D. Duarte, a pedido de seu irmão, o Infante D. Pedro, e em atenção aos "trabalhos homrrosos em que o assy auja seruido exercitando seu corpo, lhe deu armas novas. Seu sobrinho, Pêro Rodrigues G., filho de um seu irmão, como herdeiro e sucessor de Vasco Peres G., pediu a D. Afonso V confirmação das armas, o que lhe concedeu por Carta de 20-VII-1554. Timbre: um braço vestido de vermelho, picado de ouro, saindo em banda e empunhando o arco do escudo.