Portugûes
Este apelido provém de Manuel Álvares, chamado D.-Dará; filho de António Álvares de la Penha. Morou Manuel Álvares em Pernambuco, onde obrou muitos serviços nas guerras que lá houve, prestados, quer com sua pessoa e fazenda, ajudando a sustentar o exército durante mais de quatro anos com seu dinheiro e mantimentos que fez conduzir de outras partes, os quais obteve pela sua boa diligência e indústria, quer com o dinheiro que pedia, assistindo várias vezes com ele aos soldados para não desampararem os postos, quando a Fazenda Real se encontrava com menos rendimentos para os socorrer, assim como nas ocasiões em que os soldados, vendo o poderio do inimigo e faltos dos mantimentos, desanimavam de sair das trincheiras ao campo, com evidente risco, em busca de farinha e carne em abundância. Manuel Álvares consumiu também a muita fazenda que possuía no tratamento dos enfermos e feridos, aos quais assistia com grande caridade. Procedeu com notável valor e zelo no serviço das armas, pelejando com os Holandeses e indo com muita gente sitiar o arraial e assaltar a vila de Iguaraçu, depois do que levou o inimigo prisioneiro ao Recife. Resgatou com o seu dinheiro muita da gente que os Holandeses aprisionaram e mandaram para as Índias, a qual, pelas enfermidades e fraqueza, pereceria se ele a não libertasse; e proveu de matalotagem outros soldados e religiosos que foram embarcados para a Holanda, dando-lhes roupa e mantimento para a viagem.